quinta-feira, 20 de março de 2014

# aspas (xli)

 
João Pedro Stédile, um dos maiores nomes mundiais na questão da terra e da reforma agrária e um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina – v. aqui –, afirma não ser a Copa do Mundo no Brasil o momento para mobilizações, por mais razão que tenham os protestos contra os gastos para a organização do torneio e pela presença da FIFA.
 
Para ele, é importante as manifestações o quanto antes, e o pior momento seria justamente durante a competição – afinal, o inimigo é outro:
 
   "As mobilizações, mais do que bem-vindas, são necessárias, para seguirmos mudando o país, para termos mais o Estado a serviço do povo. Mais recursos para a educação, saúde.
   Nenhuma mudança social ocorreu, na história da humanidade, sem que tenha havido mobilização popular. 
   Em relação ao calendário, torço para que as mobilizações de rua comecem logo, pois no período da realização da Copa vai confundir a cabeça do povo, que quer ver a Copa e pode reduzir as mobilizações como se fossem apenas protesto pelo dinheiro gasto nas obras.  
   (...) Acho que Copa é que nem carnaval. Alguém vai marcar mobilização durante o carnaval?
   É besteira politizar certos períodos (...) O dinheiro que foi gasto nos estádios, em torno de 8 bilhões, claro que poderiam ser melhor aplicados, porém, eles representam apenas duas semanas do volume de recursos que o governo passa para os bancos. Então, a cada duas semanas temos uma Copa do tesouro nacional para os bancos.
   E esses são os nossos inimigos principais, que precisamos denunciá-los e derrotá-los, dentro e fora do governo" (v. aqui e aqui).