quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

# atleticania (viii)


Se já ninguém discutia sobre ser o maior esporte do planeta, vou além para dizer que não restam dúvidas de que seja o maior espetáculo da Terra.
 
O que mal pude ver desta majestosa noite em Curitiba, aqui neste distante e pequeno Rio de Janeiro, direto das arranhadas imagens da tela quase ao vivo do computador e dos grunhidos gagos e ecoados do rádio-amador, foi mais uma vez antológico.
 
Um Atlético sofrido, todo desmantelado pelo descaso e pelos devaneios inconsequentes do seu mandatário (v. aqui), contra um ultraviolento time peruano, no jogo decisivo da Primeira Fase da Copa Libertadores da América, levado aos pênaltis depois de um gol, de pênalti, aos 50´ do segundo tempo.
 
Um Atlético capenga, desarmado, sem comando fora (um vazio rotundo no banco), sem liderança dentro (um buraco negro no meio) e padecendo da ausência do bom grupo de jogadores da temporada passada (v. aqui), contra um time peruano que em 35´ já levara 5 cartões e cometera centenas de faltas, no jogo em que o primeiro tempo mostrava ir para o ralo todo o ano de 2013.
 
Um Atlético revigorado, retornando do intervalo na dinâmica atômica de Marcelo e com a capa toureira de Fran Méridacontra um time peruano que num único lampejo de ataque marcara o impedido gol, no jogo em que a obrigação de vencer era muito maior que a esperança.
 
Um Atlético guerreiro, que tem no comedor de gilete Éderson e no fião de Bacabal Manoel os mais legítimos espartanos destas terras médias, contra um time peruano que embromava, encerava e retardava ao máximo qualquer reinício de partida, no jogo em que a eliminação seria internacionalmente humilhante.
 
Um Atlético heróico, ressurgido das cinzas pelos pés de dois piás gigantes (Nathan e Mosquito) e pelas mãos salvadoras de Wéverton, contra um time peruano recuado, cevado e com nove, no jogo em que o nosso fim já dava lampejos de não estar tão próximo.

Um Atlético empurrado pelo amor de uma grande torcida e iluminado pelas bençãos dos deuses do futebol, no jogo em que por três vezes superou o impossível.

Um Atlético que, por conhecer o seu valor, avança América adentro para buscar o título.