quarta-feira, 7 de agosto de 2013

# atleticania (v)


Paulo Baier é o maior ídolo do Atlético da era pós-moderna  entenda-se isso de 2006 pra cá, após a geração vice-campeã brasileira e da Libertadores, e entenda-se que para isso não precisa ser um garrincha ou ter ganho o mundo. 
 
Afinal, ele corre e pensa o jogo todo, ele orienta e comanda o jogo inteiro, ele arma, marca, lança, fuça, bate falta, lateral e escanteio, tira o toss, tira foto, tira onda. E faz muitos gols.
 
Quase onipresente em campo, Paulo Baier é um furacão, é um fanático, é o maestro. 
 
É impressionante e emocionante vê-lo, no apagar das luzes de um relacionamento já antigo, declarando-se um apaixonado pelas nossas cores e pela nossa gente ao final de cada jogo.
 
Caiu naquela desgraça e foi o primeiro a dizer que ficaria para voltar; aceitou o segundo plano que quiseram lhe impor e disse que era apenas um soldado, e que também voltaria, sempre com uma humildade franciscana.
 
E quando tudo parecia caminhar para a sua aposentadoria, vem Vágner Mancini  o nosso novo e surpreendente treinador, com jeitão de enfermeiro do SUS e intervenções cirurgicamente brilhantes  e dá a braçadeira, a batuta e a bola pra ele.
 
E quando tudo está ruim, turvo, modorrento e quase perdido como nesta noite contra o tricolor baiano, Paulo Baier acha um canto, um buraco, uma brecha e nos tira do sufoco. Um a zero. E na pressão, ele sossega, e no sossego, ele pressiona, tudo numa dinâmica que não deixa nenhum dos nossos jovens e aspirantes jogadores apavorados ou avoados em campo.

Hoje o time é dono de si, porque dentro do campo tem um dono, porque o time tem o líder.
 
E agora, absolutamente ciente dos seus limites e propósitos, o Atlético está apenas um ponto atrás do carrossel das ervilhas mecânicas, o "Barcelona das Araucárias", como por aí cogitam.
 
Sem estádio, sem grana, sem a grande torcida, sem renomados atletas e sem os holofotes platinados da mídia chauvinista. 
 
Mas com Paulo Baier.