quarta-feira, 20 de outubro de 2010

# política externa (por que dilma? - IV)



fdsfds Na obra Il Gattopardo, uma frase tornou-se célebre: “para que tudo permaneça como está, mude-se tudo”. E, na política externa do Governo Lula, nunca se mostrou tão errada: tudo mudou e nada permaneceu como esteve.
fdsfds Com uma política comercial virtuosa e uma política diplomática presente, Lula e o seu Itamaraty colocaram o Brasil em manchetes que muito ultrapassaram carnaval, mulher, praia e futebol. Neste governo o Brasil se fez geográfica, política, econômica e comercialmente importante. Com Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães, a diplomacia brasileira alcançou a fase mais dinâmica de toda a sua história.
fdsfds Como nunca, olhamos concretamente para a África, para a América Latina e para o Caribe; como nunca, encaramos firmemente os EUA e a Europa.
fdsfds Ao sul do Equador fizemos negócios da China: parceiras estratégicas com os BRIC´s, transferências de tecnologia de leste a oeste e múltiplas e sólidas relações comerciais e diplomáticas; ao norte, exigimos muito mais que um punhado de dólares por nossas commodities.
fdsfds Do ponto de vista do conteúdo, no governo Lula a nossa diplomacia foi mais ativa (e mais enfática) em torno da chamada “defesa da soberania e dos interesses nacionais”, e mais altiva (e mais exitosa) no tocante à nossa capacidade de intervenção no mundo, a proclamar diuturnamente as ideias de cooperação, de integração, de multilateralismo, de equilíbrio nas relações internacionais, de democracia e de autoderminação dos povos.
fdsfds Do ponto de vista da forma, uma postura crítica em relação à globalização e à abertura comercial, de modo que os diplomas legais multilaterais efetivamente observassem os mecanismos que favorecessem os países em desenvolvimento e impedissem que os costumeiros ardis – cláusulas sociais, política monetária, capital tecnológico etc. – se perpetuassem.
fdsfds FHC, talvez por demais influenciado pela "teoria da dependência" que na academia desenvolveu, não enfrentava os batalhões e os canhões do mundo rico. FHC é conformista e aceitou o mundo como ele se conformou.
fdsfds Lula inovou, arriscou e, firme, mostrou o nosso valor e a nossa batucada. Lula insiste em querer mudar o mundo, e por isso foi “o cara”.
fdsfds Em contraste com a administração anterior, a postura diplomática deste Governo deixou o lado das negociações meramente “técnicas” para enfatizar o chamado “interesse nacional”, com uma visão bem mais crítica das vantagens e desvantagens da liberalização comercial numa situação relativamente assimétrica com os países desenvolvidos. Neste Governo, também se deixou a defesa do multilateralismo e do pensée unique – verdades absolutas do Brasil tucano – para uma escolha pela geometria variável, pelo minilateralismo e pela liberalização à la carte.
fdsfds De coadjuvante e bode na grande sala do bloco internacional, o Brasil passou a ser um dos mais admirados líderes na grande vitrine do mundo.
fdsfds Por isso, em termos de Política Externa, não há como comparar o que foi e a maneira que se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB, com o que é e como se faz os oito anos do Governo Lula/PT.
fdsfds