quinta-feira, 21 de outubro de 2010

# miséria, fome & renda (por que dilma? - V)

fdsHá léguas e muito mar a nos separar, o pá.
fdsMas o Brasil – o país com a maior desigualdade sócio-econômica do mundo – começa a ficar menos, menos desigual. Mérito, evidente, das políticas sociais implementadas, ainda não a contento, pelo Governo Lula.
fdsOra, nunca antes se preocupou tanto com a mais óbvia verdade: para pescar alguém precisa ter as mínimas condições físicas. Não se trata do ovo de Colombo, mas, sim, da verdade de que a fome do homem nasce antes do trabalho. E de barriga vazia a premissa de ensinar a pescar, e não dar o peixe, torna-se uma falácia.
fdsFalácia esta que, vista nos países europeus, torna-se um sonho tupiniquim. Lá, aos arredores da Escandinávia por exemplo, todos os visitantes babacas se embasbacam com os programas de assistência social e distribuição de renda; mas, aqui, são chamados de assistencialistas e de demagogia paternalista.
fdsOra, só na mente demo-tucana (e na dos seus prosélitos) não se vê que os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Por isso, só Freud explica o que pensa e quer a nata brasileira, que louva a justa Europa – ela sim preocupada com seus cidadãos, com suas dezenas de “bolsas” – e detona o populista Brasil, esse um comprador de voto via “bolsa família”. Ora, os programas sociais brasileiros ainda são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental, sublinhe-se.
fdsE com vistas a isso, não só da bolsa vive o governo como mote par extirpar a fome, a miséria e a desigualdade.
fdsNo Governo Lula, finalmente houve uma política estatal para a “economia solidária”, a qual inclui milhares de excluídos do sistema via a oficialização de cooperativas, a sistematização de convênios entre Estado e sociedade civil, a criação de fundos rotativos comunitários e do crédito rural interativo, a promoção da agricultura familiar e o desenvolvimento de tecnologias sociais, especialmente no campo. Tudo, desde 2003, a cargo da Secretaria Nacional de Economia Solidária, que viu a economia solidária movimentar, em 2007, mais de 8 bilhões de reais.
fdsNo Governo Lula, ainda em desenvolvimento, pensa-se um projeto de nação. No Governo Lula, como se no leito da revolução democrática, incorporou à vida e à cidadania mais de 30 milhões de pessoas, retiradas da miséria absoluta, retiradas da condição do não-ser.
fdsE por que o ódio da classe média urbana?
fdsTragamos Freud, de novo, que psicanaliticamente explica: esta malta está apavorada com a diminuição da desigualdade social, vez que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social privada, exclusiva e umbilical, e recusa qualquer possibilidade de coletivização das benesses cotidianas e de se ver misturar na classe trabalhadora. Logo, ao ver que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, apavora-se, posto que perde o seu próprio diferencial e perde o status de bem-abençoados. A classe trabalhadora começa a invadir, e isso tira-lhes o sossego.
fdsFato é que o Governo Lula mostra-se ainda faltoso em questões nacionais cruciais, como a promoção revolucionária da reforma agrária e a expurgação e defenestração imediata de ímprobos filhos da puta.
fdsTodavia, o grande fato pelo qual jamais será perdoado relaciona-se ao real enfrentamento da desigualdade social, que significará a ruína da ideologia burguesa, limpinha, abençoada por Deus e bonita por natureza.
fdsPor isso, em termos de MISÉRIA, FOME & RENDA, não há como comparar o neoliberal trabalho realizado nos oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o intervencionista e progressista trabalho realizado nos oito anos do Governo Lula/PT.
fds