sexta-feira, 29 de outubro de 2010

# meu voto (por que dilma? - final)


fdsfdAntes, devo dizer que não dependo da eleição dela (ou dele...) para continuar meu trabalho, aqui, lá ou acolá. Depois, digo que nunca fui filiado ou eleitor de carteirinha do PT, pois as minhas teses, projetos e modelos de país e de sociedade vão mais além (e nunca aquém) do programa ora em construção.
fdsfdLogo, não é por interesse privado, científico ou egóico que lhes lembro o que se segue.
fdsfdVê-se que a eleição de domingo, pela conformação e biotipo dos futuros candidados que se apresentam, talvez seja a última que expõe tão claramente dois projetos, dois modelos, dois perfis e duas visões tão antagônicas de Brasil e de nação, como tão repetidamente vimos escrevendo, e já com agradável repercussão crítica, à sombra da mangueira imortal.
fdsfdDesde 1989 não se via os gigantes das comunicações (Globo, Band, Veja e Folha de São Paulo) tão dispostos a eleger um cara e a defenestrar uma candidata.
fdsfdTalvez até pensem ter este direito, e de assim proteger os interesses de toda uma gente que quer tomar de volta o Brasil; porém, jamais poderiam fazê-lo com tanta e tão sórdidas mentiras, boatarias, inverdades, manipulações e calhordices.
fdsfdEssa turma, enfim, tão-somente faz confirmar a sentença de que a "a ideologia da direita é o medo" (S. de Beauvoir).
fdsfdE desde já uma premissa: aqui não esquecemos os tantos casos de fraude, picaretagem e corrupção havidos neste atual governo (e que tanto nos decepcionaram). Assim como jamais podemos nos esquecer dos tantos, tantos e tantos bandidos e bilionários casos havidos no governo passado (e que menos nos surpreenderam).
fdsfdLá e cá, são males e chagas típicas da nossa conformação "democrática", da nossa realidade "republicana", do nosso sistema político-partidário e do nosso homo sapiens, por vezes tão distante da imagem e semelhança divina.
fdsfdEntretanto, não podemos nos esquecer que, se comparado ao passado, hoje apura-se, investiga-se e prende-se muito mais corruptos e corruptores (e isso, óbvio, dá a impressão de uma maior quantidade...), e que, também, o governo de hoje tem toda uma grande mídia como oposição (e tudo vira um tsunami), enquanto no governo passado todo o poder midiático apoiava e era apoiado, deixando, assim, pouco revelar e poucas ondas criar.
fdsfdMas, vamos ao que ainda mais interessa.
fdsfdVamos ao que distinguirá o próximo mandato, confrontando o governo de hoje (com Dilma e Lula) e o governo de ontem (com Serra e FHC).
fdsfdSerra, meu caros, será um retumbante retrocesso, na contramão de tudo que se pensa, se estuda e se faz em nosso mundo: estado mínimo, neoliberalismo, utilitarismo, conservadorismo, superávit, submissões, privatizações, terceirizações, ongzações, internacionalizações...
fdsfdSerra, minhas caras, será um retumbante retrocesso, na contramão de tudo que se faz, se estuda e se pensa em nosso país: elites oligárquicas, monopólios privados, mídia onipotente, mercado onisciente, mercantilização da água, da luz, do saneamento, dos recursos minerais, da saúde e da educação...
fdsfdSe Dilma (ainda) não é o melhor dos mundos, a turma demo-tucana (UDN/Arena/ PFL/DEM-PSDB), a quem Serra faz parte (v. aqui), é o pior dos mundos.
fdsfdSe FHC, pela alegoria da estabilização, conseguiu liquidar o Brasil -- como bem mostra todo e qualquer trabalho científico que estuda o período --, Lula, ainda que sem enfiar os dedos em feridas históricas, fez um dos melhores governos da história deste país.
fdsfdSerra pertence a uma turma que, depois de oito anos de mandato, terminou o governo com aprovação de 30% (bom/ótimo) da população. Dilma, porém, pertence a uma outra turma que, após oito anos de mandato, terminou o governo com aprovação de 80% (bom/ótimo) do povo brasileiro.
fdsfdEm suma, alguma coisa disso tudo deve nos significar.
fdsfdLembrar, comparar e refletir o que foram os oito anos de FHC/Serra com o que são os oito anos de Lula/Dilma é, assim, a melhor maneira de sabermos o caminho de desenvolvimento e de país que queremos, com menos desigualdade e com muito mais soberania e justiça social.
fdsfdUm país que precisa continuar a mudar não para tantos de nós, já abençoados com educação, saúde, comida e oportunidades, mas para os outros 40, 50, 70 milhões de brasileiros que, do desigual Sul ao pobre Norte, muito mais necessitam da mão do Estado (e das suas algemas contra as mãos invisíveis...) para assim (sobre)viver e crescer.
fdsfdQuer-se, assim, a ininterrupta construção do caminho que, definitivamente, fará o nosso país de e para todos, afinal, se nós queremos diversão e arte, eles querem, ao menos, "comida".
fdsfdLogo, se nenhum destes muitíssimos breves argumentos técnico-racionais dizem-lhes alguma coisa, talvez lhes restem um derradeiro motivo: domingo ir votar com o coração, e não com a cabeça.
fdsfdVotarei 13, votarei Dilma, com Lula e toda a frente, e todas as ideias, e todos os pensamentos que os acompanham, aqui, do lado esquerdo do peito. sfd
 
 

# rubro-negras (x)


fdsÔ Mila! Oh céus!fdsNetinho é uma praga, uma dengue. Mais ainda, é um híbrido desses dois.
fdsSeja na música, na política e no futebol, creio até ser uma maldição da alcunha.
fdsVem tempo, passa tempo, e essa peste que tenta jogar futebol sempre acaba por ser escalado e vestido com a camisa do Atlético. Uma vergonha, incompreensível.
fdsOntem, mais uma vez, foi como não poderia deixar de ser, uma lástima.
fdsO sujeito não cria, não marca, não corre, não produz, não destroi... E continua lá, há milênios, milênios no ar. Até quando?
fdsE, para piorar, o resto da turma do meio-campo não jogou.
fdsNa verdade, o Atlético jogou sem meio-campo: Chico, mal; Vitor, muito mal; e, Clayton... ora, o nosso aspirante a auxiliar-técnico não viu a cor da bola, sempre atrasado, sem condições físico-técnicas alguma. Aposentê-mo-lo. E o CT do Caju agradece, pois poderá mandar o tal do Leandro Nieuhes embora e empossar o nosso ex-volante na Comissão Técnica.
fdsE, como não há nada que não possa piorar, o treinador Sergio Soares foi horroroso nas substituições que promoveu.
fdsAfinal, alguém vê mínimas condições de jogo num time que consegue reunir, ao mesmo tempo, Netinho (ele, sempre ele...), Bruno Mineiro (inútil, histérico e insuportavelmente fraco), Nieto (que no tiene ninguna garantía, senão como sofrível boneco de Olinda...) e Marcelo ("a coisa")?
fdsOra, a culpa é dele sim, pois, ainda que não tenha elenco, ao menos teria o dever moral de jamais colocar estes quatro juntos.
fdsBem, tudo agora parece ter ficado ainda mais difícil, mesmo que esta derrota (e a futura, para o Grêmio) já estivesse nos “planos”.
fdsNa verdade, Botafogo, Grêmio, São Paulo e Palmeiras, os outros quatro pretendentes à quarta e última vaga para a Libertadores -- que na minha opinião não existirá, pois algum dos brasileiros ganhará a Copa Sul-Americana... --, perderão pontos, entre si inclusive. E isso dá-nos uma réstia de esperança.
fdsMas desde que o Atlético cumpra as suas obrigações em casa e, contra Flamengo e Ceará fora, faça ao menos quatro pontos.
fdsAh, e desde que expurgue do clube as suas pestes, em especial aquele homônimo de dublê de músico e político.


fds

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

# cinema, ja mein herr!


Reza a lenda que, certa feita, Carlos V (Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, no séc. XVI), ao discorrer sobre as línguas faladas aos arredores, disse mais ou menos assim: "o italiano é para se falar com os amigos; o francês, com a mulher amada; o alemão, com os soldados; o latim, com Deus; e o húngaro com o diabo".

Lembrei-me desta frase ao assistir o belíssimo filme "A Fita Branca", outro da grande safra do cinema alemão deste nascente século.

Mas, diferentemente do que sustentou aquele imperador, tudo no filme soa muito bem, inclusive o som dos diálogos, num suave alemão.

Após a grande (e já longínqua) fase do "expressionismo", eis que o cinema germânico parece ter alcançado um dos seus melhores momentos, ao menos em termos de audiência e de proposta cinematográfica que se faz chegar até nós, pequenos e esquecidos consumidores da sétima arte.

E, numa rapidíssima retrospectiva, não me furto a indicar 10 filmes absolutamente imperdíveis, cujos nomes e anos seguem abaixo, em ordem de apresentação do mosaico (e não de minha preferência).

Diminua a pipoca, não dispense fosfato, ajeite o encosto, relaxe o cinto e... Gute Fahrt!
 
E melhor: você não precisará se sentir recebendo ordens ou chamados militares.

Afinal, o cinema transcende e relativiza qualquer língua.
 



fdsf1 - "A Vida dos Outros" (2006).
fdsf2 - "Corra Lola, Corra" (1999).
fdsf3 - "A Fita Branca" (2009)
fdsf4 - "Adeus, Lênin" (2004).
fdsf5 - "Os Falsários" (2008).
fdsf6 - "O Complexo Baader-Meinhoff" (2008).
fdsf7 - "Edukators (2004).
fdsf8 - "A Queda - os Últimos Dias de Hitler" (2004).
fdsf9 - "A Onda" (2008).
fdsf10- "Do Outro Lado" (2007).
fdsf

 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

# economia & finanças (por que dilma? - VII)

fdsCrescer para depois distribuir o bolo é uma das maiores ladainhas que existem. Bobagem pura, que o Governo Lula desconsiderou.
fdsE o Brasil, enquanto faz o bolo crescer, distribui fatias e pedaços, em especial para quem mais precisa. Essa, juntamente com o basta dado ao mantra que nos levava para a obediência medúsica das lógicas econômico-financeiras internacionais, foi a lógica econômico-financeira deste governo.
fdsVamos aos números, que comparam os anos de FHC com anos de Lula: desemprego estava em 15% e está em 8%; a inflação acumulada naquele período foi de quase 115%, enquanto neste, também em oito anos, não chegará a 50%; salário mínimo era de quase US$ 80 e hoje de quase US$ 300; o poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica era de 1,3 cesta-básica, agora é de quase 2,5 cestas-básicas; o volume total de crédito no Brasil era de R$ 380 bilhões e hoje o total de crédito do sistema financeiro é de R$ 1 trilhão e 600 bilhões; no período anterior gerou-se 5 milhões de empregos, hoje passa-se dos 15 milhões; a balança comercial era inferior a US$ 10 bilhões, hoje supera os US$ 100 bilhões; o “risco-país”, antes, superava os 2.400 pontos e hoje está em 204 pontos; antes, a dívida externa correspondia a 12,45% do PIB, enquanto agora não chega a 3%; naquele período os empréstimos para habitação perfizeram menos de R$ 2 bilhões, já hoje supera os R$ 4,5 bilhões; o crescimento industrial naquela era foi inferior a 2%, nesta ultrapassa 5%; antes os investimentos do BNDES em micro e pequenas empresas não chegaram a R$ 8 bilhões, hoje quase atingem R$ 15 bilhões; naquele período o crescimento do Brasil foi de 19,74% (ou 2,28% a.a.), e neste foi de 27,66% (ou 3,55% a.a.).
fdsEm termos de relação PIB-dívida pública, no governo FHC só aumentou, saindo de aproximadamente 30% no início de mandato e elevando até valores astrônomicos superiores a 50%, em um aumento de incríveis 72%. Já no período Lula a trajetória inverteu – e só sofreu um pequeno aumento do final de 2008 – , mas de qualquer forma sendo reduzida de 50% para os 44,78% de outubro de 2009, a perfazer um decréscimo da relação dívida/PIB de 11% nos 7 anos de governo.
fdsE não é só isso. Enquanto no Governo FHC, pelas políticas fiscal, monetária e de juros implementadas (e pelos interesses em jogo), as dívidas com o FMI – em 2002 era de quase R$ 15 bilhões – e com o Clube de Paris – em 2002 superava os R$ 5 bilhões – somente aumentaram, no Governo Lula o Brasil finalmente deixou de, após décadas, ser devedor e pedinte contumaz do FMI e do Clube de Paris, quitando suas dívidas e nunca mais contraindo empréstimos e firmando contratos absolutamente nefastos, ilógicos e que ofendiam a nossa soberania, bem contrário à postura do Governo FHC, que não relutou em aceitar o tipo de constrangimento real ao exercício das políticas econômicas nacionais trazido pelos acordos com o FMI, em especial pela ilógica e imoral tese do superávit primário.
fdsTudo porque o mundo está uma maravilha? Não.
fdsTudo isso apesar do mandato do Presidente Lula ter enfrentado a maior crise econômico-financeira desde 1929, o que por si já mostra a pujança e a competência do governo nesta matéria, especialmente se lembrarmos que antes, como nos anos FHC, qualquer micro-crise de qualquer país global (México, Rússia, Tigres Asiáticos, Argentina...) afetava-nos sobremaneira. No enfrentamento desta crise, o governo foi exemplar, e não com medidas tópicas, mas pela reconstrução das estruturas econômico-financeiras. Ao aumentar as reservas em dólar desde o princípio do governo, dotou o país de um colchão de resistência essencial. Os aumentos reais do salário mínimo e o bolsa família possibilitaram que o consumo não se retraísse e a economia não parasse. E, seguindo a doutrina keynesiana – num momento em que os técnicos e parlamentares demo-tucanos exigiam o contrário –, aumentou os gastos do governo como forma de conter o ciclo de crise. Bingo! Os investimentos públicos e o mercado interno garantiram-nos enquanto a crise estourava e explodia lá fora. E o mundo todo até agora se espanta com o fato de termos passado por cima da "marolinha"...
fdsRasga-se a cartilha que queria nos ensinar a implementar políticas cambiais, monetárias e econômicas e faz-se a partilha do bolo enquanto cresce.
fdsPor isso, por essas duas lógicas, em termos de ECONOMIA E FINANÇAS, não há como comparar o mode que se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o modo que se faz os oito anos do Governo Lula/PT.
fds

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

# petrobras (por que dilma? - VI)

fdsFHC/Serra queria chamar a Petrobras de “Petrobrax”, para assim melhor prepará-la para a piratização e torná-la mais palatável aos mercados... O dinheiro iria para o ralo, o bolso dos piratas privatizantes e, pronto.
fdsEste, enfim, seria o destino da grande empresa criada por Getúlio Vargas nos anos 50 caso o governo e a moda neoliberais no Brasil não houvesse, em 2003, cessados.
fdsDe lá pra cá, no Governo Lula/Dilma, com investimentos e gestão visando ao interesse público, a Petrobras tornou-se a terceira maior petrolífera do mundo, foi a maior fonte para os programas sociais, culturais e desportivos nacionais, e descobriu, no pré-sal costeiro, a mina do ouro negro.
fdsE isso basta.
fdsE isso é mais do que suficiente para mostrar que, na ótica demo-tucana, não importa o quão viável, estratégica e pública seja a empresa e os interesses estatais em jogo, pois, na verdade, o que importa é obedecer aos mantras (neo)liberais e às vontades privadas que não suportam ver o Estado na condução dos seus negócios e na soberana apropriação de mais de 3 trilhões de reais!
fdsE isso basta para ver de que lado a turma de FHC e José Serra está.
fdsE isso é mais do que suficiente para lembrar que na era Lula e Dilma nunca se investiu tanto na Petrobras, nunca se preocupou tanto com o desenvolvimento e a transferência de tecnologias nacionais, nunca se capacitou tanto a nossa indústria naval e mineral, e nunca se confiou tanto numa riqueza energética capaz de, nos próximos 30 ou 40 anos, fazer o país ingressar, definitivamente, no rol de países desenvolvidos.
fdsSim, o petróleo e o pré-sal são nossos!
fdsSim, a Petrobras S.A. e a Petro-Sal Petróleo S.A são nossas!
fdsE isso basta para, em termos de PETROBRAS, confirmarmos que não há como comparar o que quis (e quereria) o Governo Fernando Henrique/PSDB com o que quis (e quererá) o Governo Lula/PT.
fds

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

# além da imaginação


- Situação, hein?
- O quê?
- Aqueles smurfs avermelhados insistindo em fechar o buraco do túnel de Alice.
- Sei lá, direito deles...
- Uma ova!
- Por quê?
- Porque sim, ora.
- Hum...
- E, pior ainda! Você viu o que rolou depois que o Gargamel apareceu e quis melar tudo?
- Vi, vi na tv. E ele acabou pedindo penico. Fingiu ser atacado para não ser atropelado. E sorte que bem na hora apareceu o Zé Colméia e o levou para Oz. Até que veio um Dr. Fritz e elucidou o causo.
- Não!! Foi sério!! Eu vi tudo!! Estava lá, junto, bem ao lado do unicórnio.
- Hã?
- Isso, foi o unicórnio que resolveu tudo.
- Veja bem... Isto no ecziste...
- Qu´é isso!!! É sério! O tal do unicórnio não só conseguiu espantar a manada de smurfs que, faminta e revoltosa, se aproximava para atacar o Gargamel, como, pelos emprestados poderes de Grayskull, também evitou que um piano caísse sobre a cabeça dele.
- Piano?
- É...
- Mas isso nem a Turma do Lambe-Lambe, com suas nanocâmeras ultragalácticas, conseguiu mostrar, e...
- Conseguiram!!!!!
- Pare!
- Sério, uma delas conseguiu e captou as imagens!! Mas ainda não podem divulgar. É que o perito paraguaio-jupiteriano ainda não foi capaz de identificar se era ou não um Steinway. E isso, como você bem sabe, é fundamental para desmascarar os mascarados que querem mascarar a não-máscara do, coitado, agredido.
- Ah, não sei...
- Você vai ver! Já, já, sai no Jornal Nacional.
- Daí é diferente...
fds

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

# miséria, fome & renda (por que dilma? - V)

fdsHá léguas e muito mar a nos separar, o pá.
fdsMas o Brasil – o país com a maior desigualdade sócio-econômica do mundo – começa a ficar menos, menos desigual. Mérito, evidente, das políticas sociais implementadas, ainda não a contento, pelo Governo Lula.
fdsOra, nunca antes se preocupou tanto com a mais óbvia verdade: para pescar alguém precisa ter as mínimas condições físicas. Não se trata do ovo de Colombo, mas, sim, da verdade de que a fome do homem nasce antes do trabalho. E de barriga vazia a premissa de ensinar a pescar, e não dar o peixe, torna-se uma falácia.
fdsFalácia esta que, vista nos países europeus, torna-se um sonho tupiniquim. Lá, aos arredores da Escandinávia por exemplo, todos os visitantes babacas se embasbacam com os programas de assistência social e distribuição de renda; mas, aqui, são chamados de assistencialistas e de demagogia paternalista.
fdsOra, só na mente demo-tucana (e na dos seus prosélitos) não se vê que os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Por isso, só Freud explica o que pensa e quer a nata brasileira, que louva a justa Europa – ela sim preocupada com seus cidadãos, com suas dezenas de “bolsas” – e detona o populista Brasil, esse um comprador de voto via “bolsa família”. Ora, os programas sociais brasileiros ainda são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental, sublinhe-se.
fdsE com vistas a isso, não só da bolsa vive o governo como mote par extirpar a fome, a miséria e a desigualdade.
fdsNo Governo Lula, finalmente houve uma política estatal para a “economia solidária”, a qual inclui milhares de excluídos do sistema via a oficialização de cooperativas, a sistematização de convênios entre Estado e sociedade civil, a criação de fundos rotativos comunitários e do crédito rural interativo, a promoção da agricultura familiar e o desenvolvimento de tecnologias sociais, especialmente no campo. Tudo, desde 2003, a cargo da Secretaria Nacional de Economia Solidária, que viu a economia solidária movimentar, em 2007, mais de 8 bilhões de reais.
fdsNo Governo Lula, ainda em desenvolvimento, pensa-se um projeto de nação. No Governo Lula, como se no leito da revolução democrática, incorporou à vida e à cidadania mais de 30 milhões de pessoas, retiradas da miséria absoluta, retiradas da condição do não-ser.
fdsE por que o ódio da classe média urbana?
fdsTragamos Freud, de novo, que psicanaliticamente explica: esta malta está apavorada com a diminuição da desigualdade social, vez que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social privada, exclusiva e umbilical, e recusa qualquer possibilidade de coletivização das benesses cotidianas e de se ver misturar na classe trabalhadora. Logo, ao ver que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, apavora-se, posto que perde o seu próprio diferencial e perde o status de bem-abençoados. A classe trabalhadora começa a invadir, e isso tira-lhes o sossego.
fdsFato é que o Governo Lula mostra-se ainda faltoso em questões nacionais cruciais, como a promoção revolucionária da reforma agrária e a expurgação e defenestração imediata de ímprobos filhos da puta.
fdsTodavia, o grande fato pelo qual jamais será perdoado relaciona-se ao real enfrentamento da desigualdade social, que significará a ruína da ideologia burguesa, limpinha, abençoada por Deus e bonita por natureza.
fdsPor isso, em termos de MISÉRIA, FOME & RENDA, não há como comparar o neoliberal trabalho realizado nos oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o intervencionista e progressista trabalho realizado nos oito anos do Governo Lula/PT.
fds

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

# bolinhas de sabão (ou, "chucky no país das maravilhas")

fdsfEx-comedora de criancinha, guerrilheira, gorda, aborteira, transformista e sapatão.
fdsfFim da família. Fim da democracia. Fim da história. Fim da vida.
fdsfTotalitarismo lulático. Estatização luso-soviética.
fdsf(Auto)quebras de sigilo. (Auto)invasões de privacidade e de propriedade.
fdsfCaos e guerra. Guerra de pedras. Pedras de papel, em bola e picado.
fdsfCaos numa grande bolha. Bolha monetária, imobiliária, de veículos, de sabão.
fdsfQual a próxima (e desesperada) estratégia da turma demo-tucana?
fdsfDesde 1989 o Brasil não via tamanho trabalho midiático para defender os seus, a casa-grande.
fdsfHigienópolis paulista, Zona Sul carioca e Riviera nordestina lá. E o resto cá.
fdsfÉ o pensamento encrostado na branca pele desta gente que ainda insiste na antimáxima da General Motors: "o que é bom para o povo não é bom para o Brasil".
fdsfE, intransitivamente, acham-se.
fdsfE veem-se à imagem e à semelhança do seu Princípe, daquele Farol de Alexandria que lhes deu a luz e lhes suplicou: "esqueçam o que escrevi". Eureka!fdsfDesde Collor, os "donos do poder" – especialmente por meio do tripé (ou tridente) Globo-Veja-Folha – não desejavam tanto alguém como hoje desejam Serra.
fdsfOu, melhor, como indesejaram Brizola e Lula, hoje indesejam Dilma.
fdsfMas como ir contra alguém que o mundo (e 80% do Brasil) exalta, adora e elogia?
fdsfNão era negócio enfrentar.
fdsfE, maquiavélicos, preferiram esperar.
fdsfE aguentaram 8 anos de um governo popular, democrático, comandado por um não-belo e inculto metalúrgico.
fdsfBrotoejas nasceram, asco tiveram e vergonha passaram a cada ato e atitude do nosso Sapo Barbudo.
fdsfSim, um ser in-ca-paz de girar e cheirar as taças (sic) de vinho e de envergar um suntuoso fraque, comme il faut.
fdsfE eis que chega 2010.
fdsfE eis que chega a antirroda-viva, pensam eles.
fdsfE eis que agora insistem e querem o golpe, ainda que nas urnas.
fdsfAguardem. Eles não desistirão.
fdsfE irão a fundo, ao abismo da canalhice, da calhordice e da antiética, em cujas típicas trevas sempre comandaram, por séculos, o nosso país.
fdsfAfinal, "a ideologia da direita é o medo", disse aquela Simone, a Castor (e não o Lula, aquele Sapo).
fdsfE amanhã, uma nova manchete invadirá a sua casa, o seu telefone, a sua alma.
fdsfEm destaque, o livre e perfumado vôo de um tucano impedido por uma vermelha nação em marcha.
fdsfEle, o salvador; ela, a escória burra e selvagem.
fdsfHaja diabólica criatividade. Haja estrutioniforme estômago. Archibald, meus sais!
fdsfE, assim, la nave va...
fdsfAté, pelo menos, o dia 1º de novembro, quando as costumeiras manchetes dos jornais, das revistas e das tevês terão que abrir um espaço, mesmo que num eloquente silêncio de rodapé: "Dilma venceu".
fdsf

# política externa (por que dilma? - IV)



fdsfds Na obra Il Gattopardo, uma frase tornou-se célebre: “para que tudo permaneça como está, mude-se tudo”. E, na política externa do Governo Lula, nunca se mostrou tão errada: tudo mudou e nada permaneceu como esteve.
fdsfds Com uma política comercial virtuosa e uma política diplomática presente, Lula e o seu Itamaraty colocaram o Brasil em manchetes que muito ultrapassaram carnaval, mulher, praia e futebol. Neste governo o Brasil se fez geográfica, política, econômica e comercialmente importante. Com Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães, a diplomacia brasileira alcançou a fase mais dinâmica de toda a sua história.
fdsfds Como nunca, olhamos concretamente para a África, para a América Latina e para o Caribe; como nunca, encaramos firmemente os EUA e a Europa.
fdsfds Ao sul do Equador fizemos negócios da China: parceiras estratégicas com os BRIC´s, transferências de tecnologia de leste a oeste e múltiplas e sólidas relações comerciais e diplomáticas; ao norte, exigimos muito mais que um punhado de dólares por nossas commodities.
fdsfds Do ponto de vista do conteúdo, no governo Lula a nossa diplomacia foi mais ativa (e mais enfática) em torno da chamada “defesa da soberania e dos interesses nacionais”, e mais altiva (e mais exitosa) no tocante à nossa capacidade de intervenção no mundo, a proclamar diuturnamente as ideias de cooperação, de integração, de multilateralismo, de equilíbrio nas relações internacionais, de democracia e de autoderminação dos povos.
fdsfds Do ponto de vista da forma, uma postura crítica em relação à globalização e à abertura comercial, de modo que os diplomas legais multilaterais efetivamente observassem os mecanismos que favorecessem os países em desenvolvimento e impedissem que os costumeiros ardis – cláusulas sociais, política monetária, capital tecnológico etc. – se perpetuassem.
fdsfds FHC, talvez por demais influenciado pela "teoria da dependência" que na academia desenvolveu, não enfrentava os batalhões e os canhões do mundo rico. FHC é conformista e aceitou o mundo como ele se conformou.
fdsfds Lula inovou, arriscou e, firme, mostrou o nosso valor e a nossa batucada. Lula insiste em querer mudar o mundo, e por isso foi “o cara”.
fdsfds Em contraste com a administração anterior, a postura diplomática deste Governo deixou o lado das negociações meramente “técnicas” para enfatizar o chamado “interesse nacional”, com uma visão bem mais crítica das vantagens e desvantagens da liberalização comercial numa situação relativamente assimétrica com os países desenvolvidos. Neste Governo, também se deixou a defesa do multilateralismo e do pensée unique – verdades absolutas do Brasil tucano – para uma escolha pela geometria variável, pelo minilateralismo e pela liberalização à la carte.
fdsfds De coadjuvante e bode na grande sala do bloco internacional, o Brasil passou a ser um dos mais admirados líderes na grande vitrine do mundo.
fdsfds Por isso, em termos de Política Externa, não há como comparar o que foi e a maneira que se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB, com o que é e como se faz os oito anos do Governo Lula/PT.
fdsfds

terça-feira, 19 de outubro de 2010

# maus samaritanos


fdsEstou a ler "Maus Samaritanos: O mito do livre comércio e a história secreta do capitalismo", do sul-coreano Ha-Joon Chang. E é recomendadíssimo.
fdsHa-Joon Chang, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, é um dos mais eminentes críticos das políticas neoliberais em voga desde a década de 80. Mas, mais do que isso, participou do renascimento da Coréia do Sul, um país que, em trinta anos, saiu da miséria, da ignorância e da falta de tudo para se tornar um dos mais emergentes países neo-desenvolvidos.
fdsE foi com a sua "teoria da política econômica institucionalista-industrial" que aquele país asiático conseguiu eficazmente desenvolver e trilhar um caminho entre o "planejamento" (?) central soviético e o "livre mercado" (?) estadunidense.
fdsComo ele mesmo afirma, não é um anticapitalista; todavia, é sim um intenso e inveterado crítico do sistema. E, por isso, um fiel defensor das alternativas ideias e políticas implementadas ou tentadas por diversos países asiáticos e latino-americanos, e, claro, um severo crítico do pensamento único assente no malfadado modelo estadunidense.
fdsMuito do que disse já foi lido, relido, dito e redito -- como, afinal, (quase) tudo que advém dos neokeynesianos. Porém, o que anima é ler e saber o que tem a dizer um economista com tal perfil acadêmico e profissional, e com tamanhos resultados práticos.
fdsO livro serviu de mote para a sua mais recente obra -- "23 Things They Don't Tell You About Capitalism" --, na qual assevera (e demonstra), dentre outras coisas, que não existe livre mercado, que as companhias não deveriam ser administradas segundo os interesses de seus donos, que tornar pessoas ricas mais ricas não enriquece o restante das pessoas, que os Estados Unidos não têm o melhor padrão de vida do mundo, que maior estabilidade macroeconômica não tornou a economia mundial mais estável e que o governo pode escolher os ganhadores.
fdsAssim, mostra-se mais uma vez que muitos dos admiradores e defensores do sistema estão convencidos de que sabem o que é e como funciona o capitalismo. Mas estão enganados, como de novo os mitos e as meias verdades são desmascaradas.
fdsE, ao cabo, com tais premissas desconcertadas, também mostra que a Coreia do Sul aplicou todas as receitas que os países ricos (e mendazes) dizem que não se deve aplicar: subsídios, protecionismo, planos estatais, intervencionismo... E, justamente por isso, tornou-se um outro país.
fdsEm, repita-se, meros trinta anos.


fds

# democracia (por que dilma? - III)

fdsfdsNunca antes na história deste país um Presidente da República fora tão democrático: atende a todos, fala com todos, ouve todos, negocia com todos e luta por todos. Em suma, fez cumprir o mote do seu governo (um “país de todos”) e dessa política fez o seu legado, com um índice de bom/ótimo superior a 80% após quase 8 anos de mandato. E tudo isso sem a promoção e a tutela da grande mídia; pelo contrário, tudo isso apesar da contumaz perseguição e oposição midiática.
fdsfdsNunca, ou quase, os ricos ganharam tanto dinheiro, e nunca, e certo, tantos pobres conseguiram ganhar algum dinheiro. Nunca a bolsa de valores conseguiu render tantos dividendos aos potentes financistas, e nunca uma bolsa estatal conseguiu, enfim, saciar a fome (e evitar a morte) de tantos potenciais finados.
fdsfdsNunca os movimentos sociais, os sindicatos e a sociedade civil tiveram tanta voz ativa para os seus destinos (tentar) mudar, cuja roda viva, porém, não significou que os movimentos corporativos e capitalistas, a Imprensa e as Igrejas também não pudessem continuar a cantar e a serem escutados.
fdsfdsNunca antes a sociedade foi tamanha fonte para inspirar, motivar e definir as ações de Governo. Nunca antes a participação direta da população esteve tão ativa e próxima do Poder. Nunca antes se discutiu, no âmbito estatal, com tal profundidade teórica e prática, tão nevrálgicos assuntos, com conferências nacionais que, a envolver Estado, Empresas e Sociedade, a fundo discutem e documentam os Direitos Humanos, as Comunicações e a Imprensa, os Medicamentos e a Assistência Farmacêutica, a Aquicultura e a Pesca, a Economia Solidária, os Territórios da Cidadania etc.
fdsfdsNunca as instituições republicanas foram tão autônomas e tiveram tanta liberdade de ação, reação e contestação, tamanha a autonomia, por exemplo, da Receita Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
fdsfdsNunca as (restantes) estatais brasileiras, com todos os seus lucros, tão bem distribuíram os seus resultados, tamanho é o papel da Caixa Econômica Federal no Programa Minha Casa Minha Vida, do Banco do Brasil nos programa de microcrédito pessoal, agrícola e empresarial, do BNDES no fomento dos setores estratégicos nacionais e da Petrobrás com o fim programado para o pré-sal.
fdsfdsNunca antes as universidades públicas brasileiras, eternos redutos da classe média-alta, foram tão públicas, tamanha gente pobre que lá tenha ingressado via Prouni. Nunca antes a escola e a saúde, ainda débeis, quiseram chegar aos rincões do nosso interior sertanejo ou amazônico.
fdsfdsNunca antes o povo brasileiro teve tanta importância quanto os senhores feudais nacionais. Nunca antes o Nordeste foi tão incorporado à nossa República. Nunca antes a miséria dos 50 milhões de brasileiros foi mais importante que a luxúria dos 50 mil da Daslu.
fdsfdsNunca antes na nossa história, nem mesmo entre o período Vargas e Jango, o Brasil parece realmente querer trilhar o caminho da democracia.
fdsfdsDo povo, para o povo e eleito pelo povo, eis o Brasil que se constrói, como nunca.
fdsfdsPor que Dilma? Porque, em termos de Democracia, não há como comparar o que e como se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o que e como se fez os oito anos do Governo Lula/PT.
fdsfds

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

# com quem andas e por quem votas


fds"Ressurge a Democracia!
fdsVive a Nação dias gloriosos.
fdsPorque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem.
fdsGraças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
fdsComo dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem.
fdsEm nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada ..."
fds(O Globo - Rio de Janeiro - 4 de Abril de 1964)
fds

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

# se nos calarmos, até as pedras gritarão (Lc 19,40)


fdsfdsDiante da mentira que deslavadamente os grandes meios de comunicação insistem em, diuturnamente, propagar, passando uma falsa impressão do que pensam as maiores autoridades e militâncias cristãs e/ou sociais do Brasil, eis o manifesto:
 
fdsfds Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:
fdsfds 1. (...)
fdsfds2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais.
Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

fdsfd3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.
fdsfd4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).
dsfds5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade.sEntretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.
dsfds6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo.dTemos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras. Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.
dsfds7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum.dA integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões.sEntendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido.sNo momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula.
dsfdsÉ isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.fd


sfds

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

# pouca luz, pouca voz...


fds Não importa e é absolutamente irrelevante para onde vai e para quem Marina Silva declará o seu apoio neste 2º turno (e, vejamos bem, em qualquer eleição).
fds Salvo para a meia-dúzia de correligionários do PV, os outros 20 milhões em ação vão pra frente independentemente do que ela pensa, diz ou quer.
fds A candidata que menos propôs, que menos resolveu e que menos se posicionou nas campanhas eleitorais presidenciais -- só páreo, talvez, para Afif Domingues em 1989 -- é, pois, irrelevante para o pleito. E muito em breve o seu blá-blá-blá não será mais ouvido.
fds Lembre-se: faltam 16 dias para que acabem os seus 15 minutos de holofotes.

fds

# rubro-negras (ix)


fds Quo vadis, Atlético?
fds O título? Não. Na verdade, acredito ser pouco provável não ficar entre Inter, Cruzeiro e Corinthians. Se não fosse a iminente disputa do Mundial Interclubes, veria o clube gaúcho como o grande favorito, pois tem o melhor time e o melhor elenco; por isso, como possivelmente dará preferência para a preparação ao mundial e como já tem vaga certa para a próxima Libertadores, coloco na ordem o clube mineiro -- com um excelente conjunto, um bom técnico, uma ótima defesa e um excepcional jogador (Montillo), ainda que pareça ressentir de uma "casa" e um atacante --, e o paulistano -- com um time muito entrosado e com muito boas e eficientes peças individuais, derrapou perigosamente nesta reta final, com a abrupta saída do técnico e com problemas extra-campo. Santos? Também já certo no torneio continental de 2011, perdeu o folêgo, perdeu o craque (Ganso, machucado) e não repôs com qualidade e sorte alguns jogadores que saíram, razão pela qual não chegará. Fluminense? Com aquela zaga, aqueles volantes e aquele goleiro, mal-e-mal garantirá a terceira vaga no grande torneio das Américas. Coritiba? Não, não, ele está na segunda divisão e não pode especular nada de grande, comme il faut.
fds Rebaixamento? Óbvio que não. Já como o clube mais antigo na Primeira Divisão -- com exceção daqueles cinco que nunca caíram (Flamengo, São Paulo, Inter, Santos e Cruzeiro) -- o Atlético é incaível. E, assim, para o inferno futebolístico de 2011, pelo que (não) têm apresentado neste ano, cremos e torcemos para que o Grêmio Prudente -- que não tem time, torcida e, pasmem, a cada ano muda de nome! -- caia e nunca mais volte, e que bem seja acompanhado do genérico rubro-negro goianiense -- time horroroso, inexpressivo e cheio de refugos -- e do Guarani -- que não faz jus à sua história, com estádio e elenco vazios. A última vaga? Será disputadíssima, num emocionante páreo que contará com Ceará, Atlético Mineiro, Flamengo, Vitória, Avaí e Goiás. E, bem, para dar emoção e graça à Segundona 2011, e diminuir a lista dos clubes imaculados, já peço perdão aos grandes amigos rubro-negros cariocas, pelo funesto desejo deste que vos fala...
fds Copa Sulamericana? Ora, isso é o básico. Sem esforços, sem sangue, sem suor, sem lágrimas, lá estaremos. E posto que já certo, não pode ser uma meta.
fds Logo, eis que é a vaga na Copa Libertadores da América a maior aposta e o maior objetivo. É o destino a ser trilhado. E, tanto quanto nosso desempenho desportivo, tudo agora depende da decisão da Conmebol, na próxima segunda-feira: caso reveja a posição e volte a oferecer a quarta vaga para o Brasil na Copa Libertadores da América de 2011, temos sim capacidade e condições técnico-campais de buscar esse derradeira lugar, numa acirrada disputa com Palmeiras, Grêmio e São Paulo -- pois não prevejo vida longa ao fraco Botafogo e ao instável Vasco --, à medida que temos uma time muito bem estruturado e uma razoável tabela pelo caminho, embora com dois confrontos diretos fora de casa, em Porto Alegre e no Morumbi.
fds Portanto, ainda que a depender certamente do nosso desempenho, resta-nos esperar a boa vontade (e a lucidez) dos cartolas sulamericanos. Ou então, apelar aos tribunais, apresentando o regulamento do campeonato brasileiro em vigor, que assegura, pelas circunstâncias, a vaga ao torneio continental ao clube quarto-colocado.
fds Juridicamente temos chance. Pena, como quase tudo, que o negócio resolva-se politicamente.
fds

 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

# saúde (por que dilma? - II)

fdsfdsHá quinhentos anos doente, o Brasil finalmente conseguiu, nestes últimos quinze anos, sair da UTI, embora ainda não respire, definitivamente, sem aparelhos. Méritos (e culpas), claro, pelo que os nossos dois últimos governos fizeram (e não fizeram) pela saúde pública brasileira.
fdsfdsTodavia – e veja bem... –, tal qual em todos os demais setores técnicos e republicanos, o Governo Lula avançou muito mais, foi mais eficaz e melhor planejado, estruturado e socializado, não obstante tenha sofrido o duro golpe do fim da CPMF, cujo lance representou a maior “vitória” da oposição demo-tucana em todo o período.
fdsfdsA CPMF, ao contrário do que prega a grande mídia e crê boa parte da sociedade, constitui-se no mais eficiente tributo brasileiro, pois (i) custava muito pouco à grande parte do povo – e não se venha com a ladainha que é ele quem, na ponta produtiva, acaba pagando, vez que ninguém viu os preços baixarem após o fim da CPMF –, (ii) contribuía sobremaneira, e como nunca, para o orçamento do Ministério da Saúde, único destinatário dos recursos, e, principalmente, (iii) era o grande aliado da Receita Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público para rastrear o grande capital vadio, as lavagens de dinheiro e a sonegação fiscal.
fdsfdsInfelizmente, porém, a turma do DEM/PSDB e alguns tantos outros aproveitadores de ocasião – vidrados nos holofotes midiáticos que exaltavam aqueles parlamentares que estavam contra a continuidade do tributo – votaram contra o Governo e pelo fim da CPMF.
fdsfdsMesmo assim, rearranjado o cofre e com a excelente gestão do Ministro José Gomes Temporão, o Governo Lula (Dilma) conseguiu, em todos os quesitos ligados à saúde, números e resultados melhores que aqueles alcançados pelo Governo FHC (Serra): porcentagem da população atendida pelo Programa Brasil Sorridente, ligado a atendimento odontológico e que levou 15 milhões de brasileiros pela primeira vez ao dentista (Lula: 33,7% / FHC: 17,5%), mortaldiade infantil (Lula: 19 / FHC: 24 – por mil habitantes), mortalidade infantil indígena (Lula: 21,6 / FHC: 55,7 – por mil habitantes), incremento no acesso a água no semi-árido nordestino, cujo bem é o maior aliado à boa saúde (Lula: 762 mil pessoas, com 152 mil cisternas / FHC: zero), distribuição de leite no semi-árido, via sistema do pequeno produtor (Lula: 3,3 milhões de pessoas / FHC: zero), criação de farmácias populares, com remédios subsidiados e vendidso a preços de custo (Lula: 534 estabelecimentos e cerca de 105 drogas / FHC: zero), investimento anual em saúde básica (Lula: 1,5 bilhão de reais / FHC: 155 milhões de reais)... enfim, em qualquer nível do sistema de saúde os indicadores favorecem a atual gestão.
fdsfdsAinda estamos aquém dos investimentos considerados mínimos; contudo, este Governo conscientizou-se, definitivamente, que a saúde relaciona-se a questões como acesso a educação, emprego, habitação e saneamento básico, e que qualquer estratégia consistente de saúde deve se articular com uma efetiva distribuição da renda.
fdsfdsPor que Dilma? Porque, em termos de SAÚDE, não há como comparar os oito anos do Governo FHC/PSDB com os oito anos do Governo Lula/PT.
fds

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

# embigos & caradura


fds Finalmente uma das cabeças do partido da imprensa golpista, o “Estado de S. Paulo” expõe-se ao sol e vem a público confessar: queremos José Serra e estamos com ele. Muito bom, ora pois.
fds Diferentemente do que pensam muitos analistas, inclusive aqueles que estão del outro lado del rio, entendo que tal atitude é legal, legítima e coerente com o que quer (ou mesmo com o que pensa) os donos de tal veículo de comunicação, porque, simplesmente, tal negócio é absolutamente privado.
fds Ora, se os donos deste jornalão entendem que tal candidato é aquele que melhor atende aos interesses, às vontades e aos sonhos daqueles que lhes financiam – empresas (via publicidade) e (e)leitores – e de si próprios, nada deve impedir isso, posto que, repita-se, jornais e revistas funcionam sem qualquer intervenção estatal.
fds O que lhes move e vale, portanto, são os seus céreos umbigos, como sempre quer qualquer não benevolente açougueiro, cervejeiro e padeiro.
fds Ou seja, enquanto os serviços de radiodifusão sonora (CBN, Band News) e de sons e imagens (Globo, Band) devem, como obrigação constitucional, atender às diretrizes normativo-principiológicas previstas no art. 221 da Constituição (“Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”), sob pena de o Poder Executivo não lhes renovar a concessão dos serviços, as revistas (Veja e Época) e os jornais (Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo) não devem nada a ninguém – salvo, como qualquer um, em juízo, porquanto também têm responsabilidades civis e penais – e podem pautar a sua produção editorial como bem queiram e de modo a melhor servir os seus interesses.
fds Portanto, temos aqui duas questões distintas: (i) para o caso dos grupos de rádio e tv, em hipótese alguma pode-se admitir a manifestação político-partidário-ideológica, bradar preferências e arranjar vieses, e, caso constatadas, às claras ou não, cabe ao Estado promover a imediata suspensão da concessão pública ou, em último caso, não renová-la (v. aqui, aqui e aqui); e, (ii) para o caso dos grandes grupos editoriais, um quase vale-tudo é permitido, inclusive o uso de máscaras, laranjas e de toda a sorte de simulações, ardis lhes fazem crer “imparciais” ou “científicos”, em especial pelo uso de colunistas de araque – e aqui o mérito (!?) do “Estado de S. Paulo”, o único veículo que, podendo, manifestou-se e foi leal com a (sua) sociedade.
fds Por isso, e por justamente poder fazer um “jornalismo” que atenda exclusivamente aos interesses que tutela – seja isso, para a profissão, ético ou não –, tem o “Estado de S. Paulo” – como qualquer negócio que, ao bel-prazer dos seus titulares, livre e privadamente funciona – total permissão para contratar e despedir qualquer um que, respectivamente, se submeta (ou compartilhe) e se insurja (ou contrarie) aos interesses da corporação. Como falaria Bill Clinton, it´s the money, stupid!
fds Porém, afora isso, nada o salva. Afinal, o Estado de S. Paulo e a sua magnânima trupe diariamente lutam para que o Brasil não se liberte.
fds É o golpe eterno da grande mídia, o maior partido oposicionista nacional.
fds

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

# uma breve realidade no mundo do aborto


fdsfdDentro de toda a difamatória, caluniosa e injuriosa campanha midiática absorvida (e medusicamente acreditada) pela classe média amorfa e alienada de nosso país – e cujo mote é tentar a todo instante destruir o Governo Lula –, nada supera a canalhice da mistificação religiosa centrada no complexo tema do aborto.
fdsfdUma vergonha, ainda que dentro do vale-tudo eleitoral, uma vergonha do mais baixo nível. É o jogo sujo e covarde já historicamente adotado pela grande mídia, fiel representante da elite conservadora brasileira.
fdsfdPrimeiro, pela mentira em si, pelo falso discurso que essa imprensa golpista (Globo, Veja e Folha/Uol – o Estadão, lembre-se e louve-se, mostrou oficialmente o seu lado) e os reacionários de plantão (direita, evangélicos e católicos bananas e milicos-de-pijama) tentam imputar à candidata do governo Dilma Roussef.
fdsfdOra, em nenhum momento destes oito anos, e jamais nesta campanha presidencial, o Governo disse ser a favor ou contra o aborto. Até porque, por óbvio, jamais se posicionaria assim, haja vista que isso não é um assunto "do" governo, mas um assunto do Brasil, do povo brasileiro, e, por isso, a ser decidido por cada cidadão, diretamente, sem intermediários ou representantes.
fdsfdDepois, pela magna complexidade do assunto, que exige ser discutido noutro e maior plano, ao menos no da sua “descriminalização”, e que vai muito além da mera questão de se estar, claro, contra o aborto.
fdsfdOra, apenas os hipócritas e os xiitas religiosos não enxergam que o aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública. E é assim que o PT, Lula, Dilma e o (excelente) Ministro da Saúde, José Temporão, encaram-no e sobre ele sempre se manifestaram, sem jamais ficar se escondendo do assunto ou sobre ele fantasiando e tergiversando.
fdsfdFica evidente, novamente, que do tema extrai-se o velho problema da cruel desigualdade e da divisão de classes em nosso país, afinal, a mulher rica (ou com condições de conseguir dinheiro) faz o aborto numa situação de bem-estar, de total ordem clínico-hospitalar, de adequada paz física e com todos os cuidados médicos necessários. Logo, para a definitiva decisão dessas donzelas resta-lhes ouvir as vozes da sua consciência moral, da sua crença religiosa e da sua paz espiritual. Ao menos neste plano, portanto, a decisão não lhes custará a vida, mas tão-somente sacos ou malas de milhares de reais.
fdsfdAgora, querer insistir na tese de que o Estado deve ficar à margem disso – não oferecendo condições médico-sanitárias para cuidar da vida das dezenas de milhares de mulheres carentes e desamparadas que, imputando-lhes o risco de morte como custo real da tomada de decisão, estão a abortar, pelos barracos e terrenos baldios, com agulhas de crochê, com suco de tinta, com chá-de-fita, com vermífugos de elefante ou com pontapés na barriga – é absolutamente fascista.
fdsfdOu seja, ideia e comportamento típicos desta nossa burguesia clerical – liderada pela "Opus Dei" e pelo "Tradição, Família e Propriedade" –, desejosa da volta da UDN/Arena/ PFL/DEM, com o PSDB, ao poder e cuja postura, a propagar a tese de que "Dilma comía e agora mata criancinha", conseguiu aterrorizar e amedrontar muita gente ignorante, crente que o voto no PT (e em Dilma) era o voto no pecado (e em Eva).
fdsfdEm suma, ser contra o aborto e a favor da vida é lógico-dogmático, pelos pressupostos cristãos ora em defesa, e fácil, pelos padrões econômicos de quem porventura ainda não tenha entendido muito bem a vida&morte intra-uterina.
fdsfdPorém, nada parece tão difícil quanto mostrar à nossa elite branca a lógica de que o aborto deve ser encarado como um problema de saúde pública, cuja criminalização expõe à morte (e à subumanidade) milhares de mulheres brasileiras pobres e desgraçadas.
fdsfd

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

# educação (por que dilma? - I)


fdsfdsA luta emancipatória, além da atitude, exige a qualificação teórica; por isso, exige educação e estudos de qualidade, integralizados e em todos os níveis.
fdsfdsEssa, portanto, é a maior razão pela qual o Brasil nunca investiu e nunca se preocupou com a Educação, pois ela liberta, ela salva, ela desenvolve a mente e a alma. Ela lava.
fdsfdsCom isso, em nossos 502 anos de história, as elites burguesa e política, a aristocracia agrário-urbana, as oligarquias dominantes, enfim, os “donos do poder” (R. Faoro), nunca quiseram dar esta oportunidade ao povo brasileiro e, a pretender sempre mantê-lo na suprema ignorância e dependência, fantasiou um ensino público de (má-)qualidade, (in)consciente e (anti-)republicano.
fdsfdsE tal péssimo comportamento estatal restou flagrante e ainda mais evidente nos oito anos do modelo neoliberal demo-tucano, comandado por FHC (e hoje por Serra), no qual se precarizou, se detonou e se esqueceu da Educação e do Ensino, da básica à universitária, do médio ao técnico e rural.
fdsfdsNo Governo Lula foi aprovado o FUNDEB, que propiciou substancial melhoria salarial aos professores da educação básica, foi elevado a níveis europeus os salários dos professores universitários, foram criadas 14 novas universidades federais, 124 extensões universitárias e 214 escolas técnicas federais, foram beneficiados 700 mil jovens carentes com as bolsas de estudo do espetacular PROUNI e foram investidos 40 bilhões de reais em ciência e tecnologia
fdsfdsEm franca evolução, nunca antes na história desse país o Brasil se preocupou tanto com a educação pública da nossa gente e do nosso povo, educação que o faz independente da casa-grande e que efetivamente o liberta, quae sera tamen.
fdsfdsPor que Dilma? Porque em termos de EDUCAÇÃO são incomparáveis os oito anos do Governo FHC/PSDB e os oito anos do Governo Lula/PT.

 

# café no bule


fds Não obstante as múltiplas bulas invariavelmente expostas, à sombra da mangueira imortal, ao longo destes anos, agora, neste período pré-segundo turno, receitaremos, muito brevemente e de modo a tornar ainda mais didática a incomparável comparação entre o que foram os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB e o que são os oito anos do Governo Lula/PT, sobre seis temas tão caros ao nosso país: EDUCAÇÃO, SAÚDE, ECONOMIA&FINANÇAS, POLÍTICA EXTERNA, MISÉRIA&RENDA e DEMOCRACIA.
fds Com elas, deixaremos bem claro ambos os projetos: de "retrocesso", com a direita oligarco-neoliberal de José Serra, e de "progresso", com a força centro-esquerda de Dilma Roussef.
fds Insiste-se: não são pessoas; pelo contrário, são propostas, são modelos, são caminhos para o Brasil que se constroi e que se mostram absolutamente distintos.
fds "A partir de certo ponto não há mais qualquer possibilidade de retorno; esse é o ponto que devemos alcançar” (F. Kafka)

 
fds

terça-feira, 5 de outubro de 2010

# navegar é preciso



fds As medidas anunciadas recentemente em Cuba não significarão o fim do socialismo, e não se tratam, em absoluto, de mera conveniência midiático-política.

fds Muito mais que uma forma ou um sistema sócio-político-econômico – e muito menos que uma mera utopia mecanicista –, o socialismo é um valor. E, por isso, já enraizada numa sociedade que há 50 anos vê-se construída sobre pilares éticos e principiológicos, públicos e privados, comunitários e particulares, bastante diferentes daqueles sob os quais as sociedades capitalistas – auto-afirmadas evoluídas – firmam-se.

fds Tratá-lo um ser humano como um ser político e coletivo por natureza, reafirmá-lo como livre e igual e fazê-lo fraterno e solidário, foi, senão os maiores, os grandes méritos da revolução e da reconstrução do Estado e da sociedade cubanos.

fds Tanto para aqueles que pensam Cuba como uma falida e falsa ilusão, como para aqueles que zombam por pretenderem-na o protótipo imaculado do paraíso, neste nosso sideral espaço virtual já nos debruçamos e pusemos a nu os gravíssimos erros de tais concepções (v. aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
 
fds Ora, acreditar numa ou noutra definição, absoluta, é, antes de tudo, ser uma besta quadrada, pois, como tudo que transcende o dogmático, Cuba tem erros e acertos, é exemplo e mau-exemplo, é êxito e fracasso.

fds As propostas e as medidas de despedir meio milhão de trabalhadores estatais, de incentivar as pequenas iniciativas privadas, as cooperativas e os trabalhos autônomos, de absorver as evoluções tecnológicas, de reduzir ou eliminar gratuidades e subsídios indiscriminados, de ampliar o mercado interno, de promover o arrendamento de terras e de pequenos estabelecimentos a seus trabalhadores, de potencializar os seus recursos humanos altamente qualificados, de coprotagonizar as técnicas tributárias e monetárias, e de flexibilizar o trânsito de cidadãos. A grande meta – tardia, sublinhe-se – de tais políticas é recuperar a sustentabilidade e a eficiência da economia cubana, que vem se deteriorando aceleradamente desde a franca recuperação pós-Período Especial – como se denomina a época que se seguiu à queda da União Soviética – e, em especial, normalizar os efeitos causados pela hipertrofia do sistema comunista como projeto socialista.

fds Tais idéias – idéias postas em prática –, em nada, porém, se confundem com a perda do poder estatal, com a perda da propriedade pública sobre os meios de produção fundamentais e, principalmente, com a perda dos valores socialistas, tão impregnados na sociedade e tão cruciais para as políticas públicas do país.

fds E, por isso, tais transformações têm no protagonismo popular pluripartite (forças populares, sociais, sindicais, estatais etc.) o seu foco e a sua força causal, e não no tecnocracismo que despreza o consenso real e os interesses legítimos dos diversos atores sociais – bem distante, portanto, do que se costuma observar nas ditas "democracias ocidentais".

fds Nunca a definitiva solução ou a cega negação, o socialismo assente no comunismo cubano é um caminho, um caminho de todos e um camiño muito mais justo, sempre sob a inolvidável máxima que exige “de cada um segundo as suas capacidades e a cada um segundo as suas necessidades”...



 

domingo, 3 de outubro de 2010

# com que roupa?


fds Do total, 27% dos eleitores abstiveram-se, anularam ou alvejaram os seus votos. É, pois, um número bastante considerável.
fds Do que restou, nunca antes na história deste país a coligação centro-esquerda tão bem elegeu tanta gente, e nunca a bancada centro-direita viu-se em tão maus lençóis, a perder em redutos dantes intocáveis, em especial nas regiões mais pobres do país, outrora um paraíso dos coronéis burgueses, dos latifundiários escravocratas e das aristocráticas famílias.
fds No âmbito estadual, salvo a eleição de Alckmin para o Governo e de Aloysio Nunes para o Senado paulistas e num ou noutro caso Norte-Nordeste afora, a tropa de elite (branca) demo-tucana não pode comemorar, pois, dos outros grandes agentes estaduais, Aécio (e o seu governador) em Minas e Beto no Paraná ainda não podem ser considerados pertencentes ao lado sujo da força oposicionista nacional, vez que (ainda) não cooptados pela direita reacionária (e antidemocrática), como assim foi José Serra, um dos últimos destes moicanos.
fds Portanto, e ainda que só por isso, Lula e o seu governo foi um bem-vindo fenômeno para a república brasileira, vencendo na maior parte dos Estados e já com maioria no Senado Federal e na Câmara de Deputados. E por que isso ocorreu? Ora, porque o Brasil mudou, melhorou, tornou-se menos injusto, menos desigual e menos ordinário.
fds Além do expressivo número de ausentes, brancos e nulos – que poderá sim ter influência no pleito –, foi, claro, o “epifenômeno” Marina (v. aqui) – que será tão duradouro quanto o cometa Halley – que decisivamente influenciou no resultado de não-vitória de Dilma no 1º turno. Mas, sublinhe-se, não por ela, mas pelo coisificado espectro que se criou em torno dela.
fds Para onde vão e o que quiseram os milhões que nela votaram, porém, não se sabe, pois desse bolo vê-se um emaranhado complexo de tendências, gostos e desgostos: verdejantes, evangélicos, centro-esquerdistas light, antipetistas, anti-serristas, tucanos frustrados, demos quase convertidos, artistas, anárquicos alienados... uma sopa indigesta que representa tudo (e todos), menos, por favor, uma “onda ecológica”, o “futuro” ou coisas do gênero – prove-se, também, com a inexpressiva votação do PV país afora.
fds Marina Silva, a candidata global da inflamada direita-evangélica-eco-capitalista – como bem definiu Plínio de Arruda Sampaio –, fez dos seus votos um esdrúxulo e insosso patê conservador, a arrebanhar um contingente cuja maior parte gaba-se de ser considerada neoconservadora, ou, como queiram (e gostam), “neo-alguma coisa”. Sim, está na moda, é chique, é descolado ser “neo”, seja lá o que lhe complemente. Ser “neo”, creem, é avant-garde.
fds Como não se trata, portanto, de voto ideológico-partidário – muito pelo contrário, posto que muito mais relacionado à costumeira alienação ou acomodação, convenientes ou não, da classe média-alta brasileira, a qual não se importará com o que Marina decidir –, resta difícil saber para onde migrará este eleitorado, decisivo para o futuro do país.
fds Porém, no que tange à “líder” do movimento – não obstante se duvide do quão importante será a sua escolha perante seus eleitores –, pelo seu recentíssimo passado de simbólica bandeira petista e integrante do Governo, muito mais lógico (e honesto) seria Marina migrar para a esquerda e apoiar o projeto do PT, com Dilma Roussef, ao invés de ficar na tosca sombra da “abstenção” ou, muito pior, debandar para o lado negro da força e se juntar àquelas coisas do ultrapassado ardil demo-tucano.
fds Todavia, a verdade é que quaisquer trinta moedas no bolso ou meros quinze minutos à luz são capazes de fazer muitas (e muitas, e muitas) cabeças – então voltadas para o bem e para o interesse público – se reprogramarem, se readequarem e mudarem de time, não importando o que se faz e o que se fez, nem para quem e nem para quê. Tudo, doravante, num medúsico e doce balanço a caminho do mal.
fds A eleição neste 2º turno, meus amigos, poderá ser a (pen)última tão ideologicamente dividida entre dois projetos, entre dois programas, entre dois caminhos.
fds E, portanto, o contínuo progresso ou o amargo retrocesso do Brasil está nas mãos de, pelo menos, 20 milhões de indecisas pessoas.
fds
 

sábado, 2 de outubro de 2010

# e assim caminha a humanidade (xx)

fds Enquanto isso, num despretensioso fim de noite, coloca-se à mesa o tema trabalho, em especial três das suas subtemáticas: a sociologia, a economia e o direito do trabalho.
fds Excelente e profunda discussão, até que o colega de gravata amarela, gel gasto e pose, com ares pseudocientíficos – que tentavam camuflar os interesses realmente defendidos – sai do obsequioso silêncio e dispara, crente em estar abafando:
fds - “Hein, mas a iniciativa privada não é que é contra a redução da jornada, mas... veja, tem aí as negociações coletivas, bem capazes de regular isso... o problema é que isso ai aumentar o custo geral do trabalho e dos produtos, vai estancar investimentos e o crescimento e vai diminuir postos de trabalho, pois os empresários irão trocar gente por máquina...”
fds E segue aquela cantilena típica de quem está del otro lado del rio, para então finalizar, com pompa e circunstância:
fds - “Na Europa, berço de tudo isso (sic), mesmo o países que foram para esse caminho tiveram que rever a redução de jornada, pois não deu certo”. E ali, naquele ambiente, só se passa a ouvir o peculiar sibilo de grilos e cigarras, até que o agudo e contínuo som é interrompido por uma nova conversa. Mas agora já sobre a Larissa Riquelme.
fds Ora, ora, não adianta: a grande solução que essa turma tem para os problemas relacionados ao Trabalho sempre se concentram sob a ótica do capital (e da sua acumulação e multiplicação), razão pela qual a ideia de redução da jornada (e de qualquer outra que atenda ao trabalho e ao trabalhador) é vista como uma praga.
fds “Modelos liberais de contratação”, “diminuição de encargos sociais”, “negociações coletivas”, “ultraqualificação”, blá-blá-blá... nada que verdadeiramente esteja no cerne do problema. E, diante das tantas questões que à matéria relacionam-se, voltemos ao tópico em tela, microcondição para a evolução do quadro sócio-laboral.
fds Sabe-se bem que as razões pelas quais há resistência dos empresários em aceitá-la são de dois matizes, econômicos e ideológicos. Não generalizaremos, apenas refletiremos a regra.
fds O capital sempre (e sempre) busca reduzir o custo da força de trabalho ao mínimo, além de manter o controle sobre as condições de oferta, de contratação e de remuneração.
fds Hoje, e sempre (e sempre), quer-se utilizar o trabalhador com o maior tempo e o menor custo possível; assiste-se a um processo de intensificação de plano de metas&objetivos, da exigência por maximização das qualificações profissionais e de pressão e assédio que precariza o trabalho e prejudica, física e moralmente, o trabalho. Logo, só por uma questão de saúde pública, a redução já se mostraria imprescindível.
fds Com a terceira revolução industrial, que aqui tardiamente chegou, as indústrias – como nunca antes na história deste país – obtiveram ganhos de produtividade incríveis, mas que não foram redistribuídos para a sociedade, bem diferente do que ocorreu na Europa – e é aqui que o caro colega tanto se enganou, a merecer o solitário eco das felizes cigarras, pois é menos verdade o que afirmou.
fds No Velho Mundo, as políticas de redução da jornada de trabalho iniciaram-se no final do século XIX – especialmente como consequência do ideário socialista, utópico e científico, e das manifestações populares – e foram até o início dos últimos anos 80, com a chegada do neoliberalismo, cujo modelo foi o paraíso corporativo e o martírio dos trabalhadores.
fds Desde então, apesar da concentrada e ativa ação sindical-operário-popular, setores empresariais aliados com governos de centro-direita têm conseguido sim alterar as leis nacionais e incluir regras que admitam a ampliação da jornada via negociações coletivas – como exaltou o colega porta-voz industrial; porém, o que esquece (ou não sabe), é que esses países europeus que passam a admitir a majoração da jornada, mui diferente daqui, afora já disporem de um welfare state – em crise, mas ainda capaz de (re)distribuir os dividendos sociais –, já conformam uma jornada de trabalho bem inferior, que costuma não passar das 38 horas semanais.
fds Aqui, portanto, já no mesmo ritmo feliz e cantante das cigarras que embalava aquela conversa, uma medida como esta, de reduzir a jornada, apenas visa a contribuir, continuamente, para que todas as formigas também tenham a condição de gozar e cantar a vida, com justo lazer e com certo trabalho.
fds