quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

# aspas (xxxi)



Joaquim Nabuco -- um dos grandes brasileiros da nossa história, motivo de tantas homenagens e comemorações neste ano do centenário da sua morte --, em 5 de novembro de 1884, em Recife, num discurso da sua campanha para deputado, já falava uma das grande verdades e necessidades do Brasil, ainda hoje insistentemente ignorada ou vilipendida pelo DEM/PFL/ARENA/UDN, pela OAB, pela CNA, pelos pré-modernos senhores feudais e pela grande mídia corporativa: a ampla e estruturada consecução da reforma agrária.

O nosso Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim -- o "maior chanceler do mundo", segundo matérias de alguns especialistas internacionais --, em recente conferência na Academia Brasileira de Letras, reproduziu trecho daquele histórico discurso de Joaquim Nabuco (v. aqui):

fdsfd“Não há outra solução possível para o mal crônico e profundo do povo senão uma lei agrária que estabeleça a pequena propriedade, e que vos abra um futuro, a vós e vossos filhos, pela posse e cultivo da terra. É preciso que os brasileiros possam ser proprietários de terra, e que o Estado os ajude a sê-lo.
fdsfdA propriedade não tem somente direitos, tem também deveres, e o estado de pobreza entre nós, a indiferença com que todos olham para a condição do povo, não faz honra ao Estado.

fdsfdEu, pois, se for eleito, não separarei mais as duas questões: a da emancipação dos escravos e a da democratização do solo. Uma é o complemento da outra. Acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão.