quinta-feira, 12 de novembro de 2009

# e as onças bebem água


fdsAdivinhem qual país das Américas atingirá o maior crescimento econômico neste ano de crise mundial? A Bolívia, que por 20 anos consecutivos (1985-2005) seguiu à risca os acordos com o FMI até se consolidar como o país mais pobre da América do Sul e, no final deste período, conseguiu ter a sua renda per capita mais baixa do que 27 anos antes.
fdsSegundo o próprio FMI, no seu último relatório, a economia da Bolívia registrará o maior crescimento na América Latina este ano com uma taxa de pelo menos 3%. Como assim? A Bolívia, aquela coisa insignificante, comandada por um índio e que vem praticando estatizações, políticas econômicas próprias, reformas estruturais radicais e distribuição de renda? Por supuesto...
fdsA partir de 2006, com e eleição de Evo Morales, tudo passou a mudar -- ainda que lentamente, haja vista os gigantescos problemas estruturais internos --. e, apenas três meses depois de assumir a presidência, o novo comandante descartou o FMI e nacionalizou a indústria de hidrocarbonetos (especialmente gás natural).
fdsNão é preciso dizer que isso não agradou as elites locais e a comunidade corporativa internacional, pelas quais o novo governo boliviano passou a ser diariamente massacrado, hostilizado e boicotado.
fdsA nacionalização e os crescentes lucros advindos dos royalties dos hidrocarbonetos, no entanto, têm rendido ao novo Estado bilhões de dólares em receita adicional, cujas rendas têm sido úteis para a promoção do desenvolvimento nacional e a diminuição da pobreza e da desigualdade. E aqui que se começa a fazer a diferença.
fdsE o outro país da América Latina que mostra desempenho diametralmente oposto à crise? Sim, o Equador, comandada por outro pirata (v. aqui), Rafael Corrêa, cujas vanguardistas políticas públicas (sociais, econômicas, estruturais etc.) destoam do pensée unique global e caminham, pari passu, com as teses, os planos e as ações da nova onda de esquerda latino-americana.
fdsEnquanto isso, o México, exemplo para a direita e os neoliberais brasileiros (e internacionais), fiel seguidor da cartilha global e vassalo dos grande grupos econômicos locais, afundará com uma contratação prevista superior a 7,5% (v. aqui, aqui e aqui).


fds