domingo, 26 de abril de 2009

# atleticanas (xii)


O JOGO

Geninho foi sem dúvida o maior culpado da derrota, decidida ainda no primeiro tempo do jogo.

Galatto falhou no primeiro gol? Claro, mas não foi um erro absolutamente decisivo ou imperdoável, não apenas pelo recente passado heróico do arqueiro, mas pelo que fez o treinador rubro-negro em toda a escalação e composição do Atlético.

Ora, um time com tantas qualidades individuais do meio-campo pra frente como o do Coritiba não merece (e não pode!) ser encarado com um único jogador de marcação, viúvo de algum outro que saiba jogar e, tanto quanto, marcar.

A única justificativa séria para isso talvez resida na necessidade urgente do Geninho queimar e mandar às favas o excelente paraguaio Julio dos Santos. Por que insistir com ele como segundo-volante? O óbvio ululante mostra que ele é um dos melhores armadores que já passaram pelo futebol paranaense, homem da camisa 10 e dono do time. Marcar, combater, dar cabeçada e pancada e correr atrás de atacantes e pontas-de-lança são funções e atributos de outros jogadores -- feitos mesmo para carregar o piano --, não do meia paraguaio.

Ora, por que insistir com o apequenado e medíocre Júlio César no ataque, ao invés de deslocar para lá o Marcinho (ah, mas ele não quer jogar na frente... ora quando eu era pequeno também não queria ir à escola, mas meus pais obrigavam e eu tinha que ir...)?

Ora, por que sacar o experto garoto Fransergio, que (quase) muito bem sabe atuar como segundo-volante, que já se acostumava com a camisa de profissional, e ainda mais sem ter um único jogador no elenco com a mesma capacidade e função?

Em suma, o primeiro tempo foi trágico (0x2).

E no intervalo, quando praticamente abandonou um esquema tático usado desde o começo do ano (o 3-5-2) -- para "mais-ou-menos" impor um 4-4-2 sem noção e sem treino, com Chico saindo da zaga e formando com Jairo uma pesada e limitadíssima dupla de volantes e, pior, colocando pra jogar quatro atacantes do meio pra frente (Marcinho, Walysson, Rafael Moura e Lima), sendo um deles horroroso (o último) --, contribuiu decisivamente para a acachapante derrota.

E não nos iludamos: o Geninho não teve mérito com o precoce empate conseguido (2x2, com 20 minutos do segundo tempo), ainda que com esta inovada e disforme formação. Na verdade, o empate veio com o empurrão da torcida, o amarelão coxa e o anúncio de que o Nacional ganhava o jogo do Malutrom (J. Malucelli) -- este o nosso adversário direto pelo título --, pois a derrota, logo na sequência (2x4), era mesmo iminente, fruto das absurdas formação e orientação táticas ditadas pelo treinador.

Veja bem, abrir esse tresloucado buraco no meio-campo -- no primeiro tempo sem as peças certas e no segundo-tempo com tantas peças erradas e fora de posição --, dando tanto espaço para os alviverdes jogarem e uma ampla liberdade para o muito competente Marcelinho Paraíba, só poderia mesmo resultar em derrota, daquelas que os deuses do futebol (e a torcida) não perdoam.

Uma derrota inevitável, ora pois.

O TÍTULO

À sombra da mangueira imortal, já dizíamos que confiávamos muito mais no desempenho do Nacional frente ao Malutrom (J. Malucelli) que na vitória do Atlético diante dos coxas.

E neste ponto não estávamos errados, embora, na verdade, tivéssemos uma certeza ainda maior de que o Malutrom consagrar-se-ia campeão estadual, à medida que a nossa confiança no Nacional não era tão grande assim.

Bem, vão-se os dedos, ficam os anéis.

E a derrota para os coxas serviu apenas para que estes tivessem um mínimo contentamente no ano do centenário.

É que, na verdade, ao final, já neste próximo domingo contra o Cianorte, o Atlético, time com a melhor campanha, a melhor estrutura e a maior torcida, ficará mesmo com o título de campeão paranaense, em um grande jogo e uma grande festa na Arena da Baixada, para desespero do vovô e da família Okocha.

Um título inevitável, ora pois.