terça-feira, 10 de março de 2009

# bolsa familia made in usa


O portal da internet "Vermelho" (v. aqui) traz uma notícia veiculada pelo maior jornal argentino -- o "Clarín" --, e conta como vivem 31 milhões de cidadãos americanos que recebem cupons de alimentação para (sobre)viver.

É o lado obscuro da vida no país mais poderoso do mundo e um dos mais do mundo.

Nos Estados Unidos, quem depende dos cupons de alimentação oferecidos pelo "Papai Estado" não recebe mais que um punhado de dólares, especificamente US$ 6 por dia.

Mas a maior crise económica das últimas décadas faz o número necessitados aumentar rapidamente. Nunca houve tantos americanos vivendo desses cupons. E a tendência é aumentar.

Em uma experiência que tem tido grande impacto sobre a audiência, o jornalista da CNN Sean Callebs resolveu experimentar como se pode (sobre)viver às custas de cupons de alimentação. Ou como não se pode, a experimentar a sina de um em cada dez americanos, vez que, em setembro passado, 31 milhões de pessoas no país compravam alimentos com os cupons.

"Muitos americanos já não sabem onde arrumarão sua próxima refeição", destaca ela. O aumento do desemprego faz com que a procura de cupons aumente constantemente, mas as carências não terminam aí: cada vez mais pessoas, mesmo tendo um emprego, dependem dos "Food Stamps".

Muita gente tem até mais de um emprego, mas a renda não basta. "Muitas famílias pulam refeições para pagar o aluguel", disse a jornalista. "Pais deixam de comer para que fique alguma coisa para os filhos e às vezes até crianças passam fome, nos Estados Unidos. É uma vergonha."

Os cupons de alimentação começaram a ser distribuídos durante a 2ª Guerra Mundial. Hoje, o governo já não distribui cupons papel, mas por meio de um cartão eletrônico, que fornece em média US$ 100 por pessoa. Desde 2008, o Ministério da Agricultura evita usar o termo cupom de alimentação. O título oficial agora é "Programa de ajuda para suplementar a nutrição".

Enfim, trata-se, claro, de um irmão menor do nosso "Fome Zero", com o "Programa Bolsa Família" que beneficia 50 milhões de pessoas ou 28% da população -- destas, 42,3 milhões continuam em situação de insegurança alimentar, apesar da renda extra --, mas que é açoitado diariamente pela mídia golpista e pela nossa escrota direita (v. aqui, no nosso último "E assim caminha a humanidade").