quarta-feira, 18 de março de 2009

# eram 32 dentes...


No "blog do Macuco" (v. aqui), dispõe-se um dado estatístico triste e alarmante: só 40% da população usa escova de dente.

Sim, é verdade. Segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde, mais da metade da população brasileira não usa escova de dente, número este (in)justificável pela falta de condições financeiras e de instrução da população. Acredite, se quiser...
 
Assim, enquanto no Brasil o "mercado" oferece escovas de dente grande, média, mini, da Minie, azul, roxa, de bolinha, de oncinha, com cerdas moles ou de plumas ou com vibrador, e cremes dentais de methol, de frutas silvestres, de pistache, verde-uva, superbranco, super-super branco, power-extra branco e outros, em Cuba, por outro lado, os mercadinhos (privados ou estatais) oferecem escovas e pastas magnificamente simples e eficientes, mas ao alcance de todos, pois o Estado ensina, exige e cuida do seu uso.
 
Sim, em Cuba, o ato de escovar os dentes e não tê-los podres não é privilégio de classe social.
 
Lá, há décadas, tem-se níveis de excelência em praticamente todos os dados relativos à saúde da população. Mas, coitada, não consegue oferecer a sua gente uma escova elétrica com cerdas de pelo de urso ou uma pasta com sabor de tâmaras maduras, veja só...
 
Sim, são por estas e outras que Cuba é destratada e menoscabada pelos idiotas de plantão que, sentados cada qual em seu barril, insistem nas maravilhas que o "mercado" pode proporcionar e nas agruras de uma vida sem um enorme corredor de supermercado com centenas de pastas e escovas para escolher.

O Estado? Ora, o Estado só nos atrapalha, só quer o nosso mal, o nosso sangue, a nossa alma! Vade retro! "Nos deixem sós!", brada a elite branca nacional.
 
Todavia, esquecem que apenas poucos brasileiros permitem-se essa freedom to choose, essa que é a maior cantilena neoliberal e que também vem refletida na pesquisa em comento, cuja realidade, estupidamente esquecida pela nossa burguesia, jamais a deixará a sós e em paz.