quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

# aqui já não é caso de ficção


fdsfds Alguns amigos perguntam-me o que significa o título da nossa série "Antifahrenheit 451"; aqui respondo-lhes.
fdsfds Em 1953, Ray Douglas Bradbury publicou uma das mais célebres obras de ficção científica do séc. XX, intitulada "Fahrenheit 451" -- que uma década depois virou filme, dirigido por Truffaut -- e que fez tornar essa expressão-título uma referência para tudo aquilo que se deseja apagar, obscurecer, negar ou tergiversar -- o cineasta americano Michael Moore, por exemplo, intitulou o seu documentário sobre as mentiras expostas e as verdades escondidas nos atentados de onze de setembro com o título "Fahrenheit 9/11".
fdsfds A (breve) idéia da obra e do nome? Um futuro (distante?) no qual todos os livros são proibidos, todas as opiniões próprias são consideradas heréticas e todas as idéias ou pensamentos críticos e dissidentes são exterminados. Na obra, o protagonista trabalha como um queimador de livro ("bombeiro", segundo o livro) e o número "451", assim, refere-se à temperatura, em graus Fahrenheit, na qual o papel incendeia.
fdsfds Hoje, tal personagem é representado pela grande mídia nativa, que insiste numa ideologia neoliberal, numa sociedade do "pensamento único" e num modelo conservador, patriarcal e reacionário de Estado.
fdsfds Numa imprensa que, em nome (ou na pessoa) dos "donos do poder" (Raymundo Faoro), queima a realidade e as mudanças políticas, sociais e econômicas promovidas por governos vanguardistas e comprometidos unicamente com o interesse público e popular, de forma a evitar que toda uma população tome conhecimento do que acontece nestes admiráveis mundos novos, conforme Aldous Huxley intitulou outro clássico da literatura de ficção científica.
fdsfds