sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

# e assim caminha a humanidade (xi)


fdsEnquanto isso, a poucas horas, numa mesa de bar com três colegas já nervosos, um deles dispara:
fds- "Essa bolsa-família é uma vergonha! Onde já se viu... o Governo fica sustentando toda essa gente... no Nordeste ninguém mais quer trabalhar, pois agora fica com o dinheiro da bolsa... isso tudo é um absurdo!".
fdsE eis que outro complementa, com o enfadonho e mesquinho adágio:
fds- "... Claro, tem que ensinar a pescar e não dar o peixe!".
fdsPara eles -- bem como para a maior parte da nossa elite conservadora, aristocrática e "branca" --, consiste num absurdo que nas periferias, nos matos e nos sertões deste Brasil, não haja mais gente querendo trabalhar, um dia inteiro, para ganhar o direito a uma refeição e o dinheiro para a refeição dos seus familiares.
fdsAinda pior, pensam eles, é não haver mais senhoras e moças pobres que topem desempenhar papel assemelhado de escrava em casas de tantas senhoras ou de homens carpindo de sol à lua como vassalos dos latifúndios de tantos senhores.
fdsRealmente, Lula decidiu que nenhum brasileiro morreria mais de fome. Com a barriga vazia ninguém consegue pescar. Vendo mulher e filhos com as barrigas vazias, ninguém tem cabeça para pescar. Essa é a verdade. E essa é a verdade construída pelo atual Governo Federal, a qual é a viga de sustentação de três fundamentais políticas públicas para os beneficiários, as quais elevarão a um nível de sustentabilidade esse vital mecanismo condicional de transferência de recursos: microcrédito, agricultura familiar e cursos técnicos profissionalizantes
fdsE agora os vejo silenciosos e pensativos. Esses colegas parecem evoluir. E já se assemelham com aquele avestruz de outrora (v. aqui).