terça-feira, 27 de janeiro de 2009

# e assim caminha a humanidade (x)


fdsfdsEnquanto isso, num domingo de churrasco, entre dois amados senhores, um deles diz:
fdsfds- "(...) por que veja, há de se ter o máximo respeito por aqueles que criaram fortunas e que construíram esses imperíos... são verdadeiras, incríveis e magnâminas proezas".
fdsfdsMomento quando o outro acrescenta:
fdsfds- "Claro, deve-se louvar aqueles que criaram essas fortunas, que dão emprego a tantos milhares de trabalhadores... e que não quebram, diferente de tantos pequenos (...)".
fdsfdsA respeitar e a aprender com os cabelos brancos da experiente e vívida vida, mas também a exigir respeito pelos anos de estudos da história e das ciências da sociologia, da filosofia e da economia, lembro-lhe que o fim do capitalismo é bastante claro: a monopolização de bens e serviços, pela acumulação infinita do capital -- o "lucro" --, que fortalece a exploração do trabalhador e inviabiliza o próprio desenvolvimento do... mercado (já aqui entendido como a reunião de uma pluralidade de agentes que vendem o produto de seu próprio trabalho e que ficam com a sua mais-valia, e não uma instância que mediatiza as relações entre os homens, que intermedeia o trabalho e cria a necessidade de toda produção humana adquirir a forma de mercadoria, com a famosa equação de Marx: D-M-D').
fdsfdsNeste sistema político-econômico-social não cabe uma pluralidade de competidores, pois o que se estabelece são agentes que dominam o mercado de forma concentrada e, se não com exclusividade, oligopolizada, mediante cartéis -- é o capitalismo de monopólios, sobrenome que já é indissociável do nome. Este sistema cria a exploração do trabalho como mendaz mote a uma bem-aventurada criação de empregos, que demagogicamente apenas legitima a mais controvertida criação humana: a propriedade privada dos meios de produção, que faz tantos milhões estarem à mercê de tão poucos.
fdsfdsOutrossim, afora essas questões que regem de per si o sistema capitalista, não se pode olvidar que a regra comportamental destes pequenos magnatas do capitalismo paranaense está intimamente ligada à corrupção, em espúrias associações com os poderes públicos instalados.
fdsfdsLogo, não há qualquer mérito na divinização de aristocratas famílias de sangue azul e bolsos verdes, pois o que houve -- e o que há... -- é tão-somente um reflexo da exploração absurda que tais famílias promoveram sobre os seus trabalhadores, da corrupção espúria e criminosa que tais empresários promoveram com agentes públicos sobre o Estado e, como lhe cabe, da estrangulação nefasta que este barões do capital e da sociedade promoveram sobre o mercado, expurgando competidores, amealhando outros e, principalmente, destruindo a maioria.
fdsfdsEnfim, deveria fazê-los lembrar que são estas raízes que ainda nos fazem ser uma sociedade frágil, pobre e subdesenvolvida, pois, enquanto não destronarmos os tantos reis que aqui desmandam, acabando com os mitos e desvendando as verdades que cercaram a construção dos impérios financeiros dessa gente, continuaremos a ser uma república eternamente formada por suseranos de um lado e homens cordiais de outro.