domingo, 11 de janeiro de 2009

# antifahrenheit 451 (vii)


fdsAfinal, o que a imprensa e a elite nativas querem?
fdsSe o Governo isenta de ICMS todas as micro e pequenas empresas, é populista. Se o Governo isenta de ICMS aproximadamente 95 mil itens de consumo popular, reduzido o preço final daqueles bens básicos e fundamentais que são adquiridos pelos trabalhadores e aposentados das classes C, D e E com o seu salário (alimentos, vestuário, produtos de higiene e medicamentos, fundamentalmente) -- e aumentadas as alíquotoas de energia elétrica (embora continue a ser a mais barata do Brasil), gasolina, bebidas alcoólicas, fumo e comunicações, cujos aumentos pesarão sobre os mais ricos* --, é populista. Se o Governo critica o aumento na tarifa de ônibus e solicita justificativas técnicas para tanto -- pois quem mais sofre é quem menos tem voz para exigir respostas --, é populista. Se o Governo privilegia o pequeno agricultor e oferece luz, água e trator a preços e financiamentos subsidiados, é populista. Se o Governo ingressa em juízo reclamando indenização pelos péssimos serviços que uma empresa de telefonia celular presta, é populista. Se o Governo defenestra as desnecessárias e injustificáveis privatizações, o roubo de um irrazoável e disparatado pedágio e o crime das coisas transgênicas -- embora tenha as mãos atadas pelas decisões do Poder Judiciário --, é populista.
fdsE se o Governo não faz nada disso, é incompetente, molenga, parvo etc., razão pela qual, sinceramente, não deve se importar com o que ambas querem...
fds
* Porém, sempre preocupa a máxima do capitalismo, naquela ladainha da pior espécie muito bem refletida no caso da CPMF, que, mesmo acabada, não fez o povo ver os preços baixarem -- v. aqui quando dela escrevemos. Pergunta-se: para quem será que foi o lucro pela não tributação? Ou seja, se aumenta imposto, os consumidores pagam, se diminuem os impostos, é o capitalista quem ganha?