sexta-feira, 17 de outubro de 2008

# antifahrenheit 451 (ii)


O Superior Tribunal de Justiça, atendendo a pedido do Ministério Público Federal (MPF), determinou a abertura de inquérito judicial a fim de apurar crimes de "formação de quadrilha", "corrupção ativa e passiva", de "lavagem de dinheiro" e "crimes contra a administração pública" que envolvem, além de empresários da área de exploração de jogos eletrônicos -- os famosos "bingos" e "caça-níqueis" --, o Desembargador Federal Edgard Antônio Lippmann Júnior (citado nos autos como E A L J) e um procurador da República -- v. aqui.

A acusação do MPF é de que, entre tantos outros fatos criminosos, há indícios de "pagamentos de valores em dinheiro" tanto para o desembargador que tomou decisões em favor da reabertura da casa de bingo "Monte Carlo Entretenimento", em Curitiba -- inclusive asseverando que os valores ou parte deles, provenientes de crime contra a Administração Pública, foram utilizados por ele para aquisição de imóveis em nome de sua atual esposa --, como para o procurador federal que encaminhou os pedidos ao desembargador.

O inquérito judicial tramitará em segredo de justiça, mas, paralelamente a isso tudo, parece fácil saber a razão do Governador do Estado do Paraná, Roberto Requião, merecer tamanho ódio do citado magistrado -- como, v.g., na sua insistência em promover a censura prévia de Requião -- , na medida em que o Governador sempre fora contra a maneira como tais "jogos" -- na verdade antros de lavagem de capitais -- eram regulamentados e autorizados no país, inclusive, à sua época, liderando o Senado Federal na apuração e divulgação de denúncias e maracutaias envolvendo bingos, bingueiros e autoridades do Legislativo e do Judiciário.