segunda-feira, 28 de abril de 2008

# não leia, nem veja


Reproduzimos a seguir o que extraímos do site da Fundação Mario Soares, escrito pelo próprio ex-Presidente e ex-Primeiro Ministro português - um dos grandes líderes da Revolução dos Cravos que, em 1974, acabou com a ditadura, de inspiração fascista, comandada pelos militares e pela "direita" portuguesa -, e que data de 25 de fevereiro de 2008:

“Quem ler os jornais, cheios de faits divers e de escândalos e seguir as televisões, parece que o Brasil está à beira de um colapso. Casos de corrupção, de violência nas cadeias e nas favelas, insegurança generalizada. Ora, não é assim. O Brasil está hoje na maior, para usar uma expressão bem brasileira. A inflação é baixa e está totalmente controlada. O emprego tem subido espectacularmente. A pobreza extrema diminuiu sensivelmente. O Brasil pagou as suas dívidas externas e dispensou os auxílios do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. O real tem uma cotação próxima do dólar. As exportações aumentaram 162 bilhões de dólares nos últimos 12 meses (o maior valor histórico). As reservas internacionais subiram a 162,9 bilhões nos últimos doze meses. Os investimentos externos no Brasil crescem há 14 trimestres consecutivos. Não quero maçar os leitores com os números. Direi tão só que a qualidade de vida dos brasileiros tem vindo a aumentar significativamente. Há um aumento de renda que permite aos mais pobres comprarem frigoríficos, máquinas de lavar, televisões, etc. A agricultura cresceu. Os programas "bolsa de família" e "luz para todos" têm sido um êxito reconhecido. E os brasileiros estão francamente otimistas, quanto ao futuro, como revelou uma sondagem muito completa divulgada, quando eu estava no Brasil. Lula aparece no auge da sua popularidade. Como dizem os brasileiros, com uma expressão característica: "o Brasil está a dar certo"! Não é só um "país emergente". Tornou-se, realmente, numa grande potência. O que representa um enorme orgulho para Portugal e um parceiro insubstituível. Longe vão os tempos em que, com Stefan Zweig, se escrevia: "Brasil, país de futuro". Hoje é uma incontornável realidade!”